sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ele...

Era manhã, até então mais uma manhã na qual eu ficava longe dele. Já não suportava mais a saudade...só pensava em seu olhos, seus ombros e seu cheiro. Devido a morte de um parente próximo tive que viajar para Vitória da Conquista e deixá-lo na cidade em que morava. Apesar da dor que envolvia toda a família o que eu mais queria era estar ao seu lado. Era fim de ano e tive que viajar sem ao menos lhe dar um beijo.
O que eu não imaginava era que ao sentar à mesa para o café, aquela manhã se tornaria sem sabores, sem texturas e principalmente sem ele... não por mais alguns dias mas, para sempre ou pelo menos, por muito tempo. Fiquei sabendo que iria morar em Conquista com o intuito de amenizar a ausencia que o meu tio deixara. Não tive tempo nem de concordar. Minha mudança fora imposta.
Corri para o quarto. Como contar para ele que eu não voltaria? Resolvi escrever uma carta, adorava escrever e era a melhor forma para me expressar, desde essa época já sonhava em fazer jornalismo. As frases saíam tão ambíguas quanto aquilo que eu sentia no momento. Antes de terminar o que escrevia o telefone tocou, ouvi sua voz e voltei a chorar e como por osmose já fora transferido o que aconteceria em alguns dias.
Do outro lado da linha, silêncio... tão incômodo e tão amargo que transcorria todo o corpo. Milhões de coisas se passavam em meu pensamento, eu não queria mais pensar! Queria estar com ele... naqueles momentos tão bobos e ingênuos que agora faziam tanto significado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário